sábado, 22 de maio de 2010

Mourinho Campeão !!!


Hoje escrevo depois de ter perdido por uma goleada das antigas. Mas isto fica para uma próxima crónica, muito breve.
Quando cheguei a casa tinha acabado de iniciar a final mais aguardada da temporada. A final da Champions League, ou como diz o campeão português deste ano "a champiões liga". Defrontaram-se em Madrid (talvez a próxima morada de José Mourinho) o Inter de Milão e o Bayern de Munique. Comecei a ver. Depois de tudo o que tinha lido e ouvido, van Gaal a dizer que o Inter de José Mourinho era uma equipa super defensiva, e de ter ouvido Mourinho responder que o treinador do Bayern só tinha visto 1 jogo do Inter, queria ver qual seria a resposta dada em campo.
Os primeiros 20m foi um jogo muito táctico e sem grandes jogadas de perigo. Até aí nada de novo, já que tudo se decidia a 1 jogo. Via a equipa do Inter muito concentrada e organizada defensivamente. A equipa do Bayern não conseguia encontrar espaços para penetrar na defesa do Inter. Altintop e Robben eram os homens que tentavam alimentar Olic na frente de ataque. Reparava em jogadores como Sneijder, Etoo, e Pandev estavam mais preocupados com as funções defensivas que ofensivas da equipa. Na frente sozinho estava Milito. Aos 30m uma jogada de pontapé na borracha (explico, pontapé para a frente) do guarda redes Julio César, a bola é colocada na cabeça de Milito que coloca em Sneijder, que de primeira devolve para Milito e este isolado faz o 1º golo da partida, e o 1º golo do Título. Vem o intervalo e até aí só conseguia ver a equipa do Inter, completamente concentrada em níveis defensivos, fechando todas as linhas de passe e fazendo uma pressão muito forte, quando o Bayern entrava no seu 1/2 campo.
2 guarda redes a fazer grandes defesas e a impedir o empate e a vantagem das equipas. O 2º tempo continuou com o Inter concentrado em termos defensivos e concentrado no seu objectivo, a conquista do caneco. A 15m do fim da partida, mais uma jogada onde fica provado que para marcar golos não é preciso ter muita gente próximo da baliza para os marcar. Saída rápida em contra-ataque, Milito no flanco esquerdo liberta-se do seu opositor com uma bela finta de corpo e faz o segundo da partida para a sua equipa e na sua conta pessoal.
Mourinho conseguiu o seu 2º título de Campeão Europeu 6 anos depois do primeiro. Mais uma vez mostrou que para se ganhar as equipas deve ser rigorosas em termos defensivos para tirarem proveitos ofensivos e em termos contabilisticos (contabilisticos porque o futebol vive de números. As vitórias, os troféus, os campeonatos contam-se).
Depois de ter colocado o avião à frente da sua baliza contra o Barcelona, contra o Bayern nada esteve estacionado a frente da sua baliza, para conquistar o seu principal objectivo - a Final de Madrid. Mourinho neste jogo coloca em campo o rigor defensivo, rigor nas marcações e um desejo muito grande de conquista de todos os seus atletas. E este é o principal factor que pode diferenciar o grande jogador do jogador mediano. Lembro que são muitos os jogadores do Inter que têm idade superior aos 30 anos (Samuel, Lucio, Zanetti, Cambiasso, entre outros)
Parabéns Mourinho e parabéns pelas conquista aqui e além fronteiras.
Que o próximo clube (Inter ou Real Madrid) tire o máximo proveito da tua inteligencia.
Muitas conquista te aguardam. Parece-me que este é o treinador adorado pelos seus jogadores e adeptos e odiado pelos seus parceiros de profissão (a inveja é uma coisa que existe e nada podemos fazer), irá ser o recordista de conquista de Ligas dos Campeões em clubes diferentes. 2 já estão, e já figura no topo da tabela, agora é só olhar para baixo e deixar pó para os outros comerem.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A psicologia como base da essência

Esta noticia foi retirada da edição de hoje do Jornal O JOGO. Dado considerar que deveria ser divulgada, aqui está.
GIL NUNES in Jornal O JOGO - 20/05/2010
Não se faz futebol sem se marcar golos. Aliás, os golos são a essência do futebol. Por muito que os modelos e os sistemas de jogo evoluam, não se constroem vitórias sem golos. É inevitável. Mas também requer muito trabalho. "No final dos treinos, nós, os avançados, ficamos sempre a fazer horas extra a rematar à baliza e a treinar as diversas situações. Não é por acaso que depois aparecem os golos nos jogos. Acima de tudo, o segredo do golo é estar sempre activo, saber fugir às marcações e ter um pouco de faro. Sentir os lances, e saber que podemos marcar", esclareceu Ângelo Oliveira, jogador do Gondomar que foi o melhor marcador do campeonato de juniores 2008/09 com 26 tentos, e que nesta época marcou 21 golos.
O pior é quando os golos não aparecem. E um avançado vive deles. Todavia, os clubes já preparam os seus jovens jogadores para quando a bola não entra. "Fazemos um trabalho ao nível de confiança, porque não é muito cómodo ficar muitos jogos sem marcar golos. É natural que haja ansiedade. A psicologia é muito importante", referiu Ângelo Oliveira.
O treinador Carlos Chaby, que na época passada orientou os sub-19 do Setúbal, tem um programa específico para lidar com a pressão e a ansiedade. "Fazemos exercícios de controlo emocional com toda a equipa, e também costumamos ter uma conversa individualizada com alguns atletas da linha avançada. Exercícios como 'o jogo na barra', o 'rei do penálti' ou o 'concurso de livres', recorrendo a pontuações, são formas de eles se habituarem à pressão nos jogos."
Chaby referiu também o factor tempo como essencial. E alarga a questão da finalização para toda a equipa. "Temos outro exercício em que a equipa que está a perder tem 5 a 10 minutos para recuperar a desvantagem. E, quando é necessário, definimos um sistema de pontuação que motiva os jogadores e lhes dá novas armas para lidar com a ansiedade", explicou.
O trabalho em espaço reduzido, como acontece noutros tipos de treino, adequa-se perfeitamente à finalização. E é moldável consoante o sistema táctico que a equipa está a utilizar. "O treino em espaço reduzido e a insistência em situações de 1x0, 2x1 ou 3x2, é idealizado consoante o número de avançados que vamos utilizar. O tamanho das balizas, e os diferentes ângulos dos remates, são factores que variam. Tudo é pensado no plano de treinos." Se o avançado vive dos golos, uma das formas mais fáceis de os obter é através da marcação de grandes penalidades. O treino desta situação é frequente, e Ângelo Oliveira, que converte grandes penalidades com frequência, atribui muito do mérito ao treino. "Em todos os treinos deixo um pouco de tempo livre para a marcação de grandes penalidades. Deste modo vou ganhando habituação e, nos jogos, tudo se torna mais fácil", esclareceu o jovem avançado.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Video Motivacional de Pepe Guardiola

Este é o video que Pepe Guardiola, o treinador que em 2 anos de carreira conseguiu ganhar , praticamente todos os troféus que disputou (a excepção é a final da Liga dos Campeões deste ano, onde foi eliminado nas 1/2 finais pelo Inter de José Mourinho), utilizou para motivar os seus atletas. Como podem ver, o futebol é uma "máquina" que movimenta muita e muita gente. Quase todos os clubes profissionais e que têm ambições de conquistar títulos, têm pessoas especializadas na análise video dos jogadores (individual e colectivamente) e das equipas adversárias. Não são os treinadores que fazem este trabalho. O trabalho de analise pode ter, mas isso nem sempre acontece, acompanhamento por parte de um treinador. O exemplo mais flagrante destas pessoas, chama-se André Vilas-Boas. Para quem não sabe começou a trabalhar no FCP com 16 anos, depois de ter enviado alguns PowerPoint's para o Sir Bobby Robson, na altura treinador do clube e com José Mourinho como tradutor/adjunto. Com isto não quero dizer que Vilas-Boas não é capaz ou não percebe de futebol, antes pelo contrário. A sua prestação desta temporada na AAC, é a prova mais que evidente da sua capacidade como treinador. Pretendo apenas demonstrar que as equipas, ditas grandes, para além daqueles que vemos a trabalhar no campo, têm muita gente a trabalhar na estrutura e interessado nas vitórias da equipa.
Por isso diz-se que "as vitórias começam nos roupeiros e tratadores do campo". Não é exclusivo dos Treinadores e elementos mais próximos da Equipa. TODOS estão envolvidos no interesse de ganhar e prestigiar o clube.
Existem programas de analise virtual a todos os aspectos de jogo. Desde ao nº de passes errados, aos cantos marcados e sofridos e a posse de bola. O preço destes programas de computador, provavelmente, sustentariam o orçamento de equipas mais pequenas.
Voltando ao video. Nele aparecem todos os jogadores do Barça, dando claro, importância especial a alguns jogadores mais mediáticos, mas mostrando que todos são necessários para atingir o objectivo colectivo da equipa. E foi com este video que Guardiola motivou os seus jogadores para a ultima jornada da Liga de Espanha, e brindou o Valladolid com 4 golos sem resposta.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Qual é o papel de um treinador que se ocupa de uma equipa de formação?

Este texto foi retirado do blog do Prf. João Baía (espero não ter de pagar royalties por o estar a utilizar!), porque acho que é um excelente texto e que deveria merecer a atenção de todos aqueles que estão envolvidos de algum modo nas categorias de formação dos mais diversos clubes espalhados pelo país.
"Este é um papel que na sociedade de hoje continua a ser alvo de grande crítica por parte de muitas pessoas que estão a acompanhar uma equipa de formação (exemplo: pais).Para pessoas que estão fora do contexto, treinar jovens continua a ser alvo de:- ganhar a força toda onde a derrota é alvo de vergonha;- e por outro lado, o que interessa é participar, relegando o do jogo, que é a vitória, para um patamar de quase insignificância.Na minha opinião as coisas não podem ser vista destas maneiras, as crianças não devem ser reprimidas por perder mas também não devem ser encorajadas a não procurar vencer.Cabe a um treinador então envolver a criança num meio onde, haja sempre rigor e coerência no treino, procurando que o jovem atleta queira vencer e faça tudo o que está ao seu alcance, sempre de forma limpa, para vencer, isto é que jogue sempre para ganhar e onde se perder, a criança deverá sentir-se mal por não ter ganho porque queria muito ganhar e não porque o treinador queria muito ganhar. Esta pressão não pode ser de modo algum colocada sobre os nossos atletas e o treinador deve estar sempre disposto a elogiar o empenho da equipa, independentemente do resultado final, e assim se proporciona a criança o gosto pelo jogo.Por outro lado, um treinador não pode falhar à regra dos objectivos do jogo, isto é, um treinador não deve fazer apenas papel de figura presente, organizando treinos e projectos sem saber porque os faz. Deve sim levar o seu papel de forma profissional desde o primeiro segundo de trabalho até ao último, pois só assim conseguirá que o seu trabalho não seja criticado, não pelos órgãos que acompanham a equipa e que a única coisa que sabem fazer é atrapalhar a equipa, mas sim por um conjunto de critérios que validam o que é ser um bom formador.Então o que é isto de formador? Formador será aquele que no final do campeonato é campeão pois colocou o seu grupo a jogar como uma equipa? Ou será aquele que termina o campeonato a meio da tabela mas onde todos os seus jogadores evoluíram de um ponto de vista individual de forma muito significativa?Há quem defenda que a primeira teoria é a mais correcta pois os jogadores mais tarde tem que jogar como uma equipa, e há também quem defenda que um jogador deve evoluir consoante as suas características e que o mais importante não é ser campeão mas sim ser melhor jogador.Se tivesse que concordar a 100 por cento com alguma das teorias concordaria com a segunda. Mas para mim o Futebol é um jogo de grande complexidade e que deve sempre ser encarado como um todo, isto é, é muito importante que um jovem a cada treino faça, a cada momento que toque na bola ou jogue sem ela, evolua sob o ponto de vista individual, mas não podemos nunca eliminar o factor equipa, onde o facto de sermos muito talentosos com a bola sem sabermos interpretar o jogo, que é um jogo de equipa, na sua magnitude. Por outras palavras, o jovem tem que chegar ao final de uma época desportiva muito melhor a nível individual e com um nível de percepção e interacção colectiva muito superior aquela que tinha quando chegou ao clube. Se um formador conseguir tornar esta realidade possivel ai sim se pode dizer que fez um bom trabalho.Podiamos também falar do modelo de jogo a ser adoptado por um formador, dos microciclos a serem aplicados, entre outros importantes aspectos, mas isso será tema de conversa para outro post.Para já fica a minha opinião sobre o que é um bom resultado a nível da evolução de um jovem.Nunca esquecer que "de pequenino se torce o destino"Para colmatar, devo dizer que um formador não parar a criatividade de um jovem atleta, antes pelo contrário, mas deve sim ser capaz de a potencializar."